Para que serve o conhecimento?

O conhecimento é uma ferramenta utilizada desde os tempos da Grécia Antiga, quando filósofos como os que viveram antes de Sócrates (os filósofos pré socráticos) tentaram recorrer à lógica para tentar melhor compreender o mundo ao nosso redor. Filósofos como Tales de Mileto, Demócrito e Parmênides já buscavam respostas para perguntas como “Qual a origem de tudo?”.  

O que é o conhecimento?

A palavra “conhecimento” vem do latim “cognoscere”, que significa “o ato de conhecer”. O conhecimento é, portanto, a capacidade que temos de nos tornar familiarizados com o conceito de algo. No conhecimento, nós temos o sujeito e o objeto. O sujeito é alguém “cognoscente”, ou seja, capaz de conhecer. O objeto, ou “cognoscível” é algo que se pode conhecer.

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Fonte/Reprodução: original

O conhecimento, no entanto, não está limitado ao conceito acadêmico que envolve hipóteses, teorias, conceitos ou uma busca geral por procedimentos úteis e verdadeiros, mas também como uma intersecção entre as nossas crenças e a verdade. Pode-se dizer, portanto, que o conhecimento é a verdade justificada sobre as nossas crenças. 

Qual é a importância do conhecimento?

Seja em forma de instrução para algo ou somente a presença da informação na cabeça, quem apresenta algum tipo de conhecimento consegue alterar o mundo à sua volta. Com o conhecimento, é possível que o indivíduo tome decisões melhores (e mais rápidas!), influenciando pessoas, projetos e até auxilia na construção de um mundo melhor e mais justo.

O que é conhecimento de acordo com a filosofia?

Para a filosofia — que já trata do conhecimento desde os pré socráticos — o conceito de conhecimento varia conforme o filósofo. Para Platão, por exemplo, a inteligência só tem dois níveis: mundo sensível (origina-se nos sentidos do corpo) e o inteligível (racionalidade e, portanto, superior). 

Mais tarde, durante o período do que conhecemos como Modernidade, a filosofia divide o conhecimento em empírico é obtido através da experiência prática, e através dos sentidos que possuímos no corpo o nosso cérebro é capaz de processar nossas ideias, enquanto os racionalistas defendem que o conhecimento é pura e simplesmente racional e os nossos sentidos podem nos enganar.  

O que é o conhecimento vulgar?

Também conhecido como “senso comum” ou “conhecimento popular”, o conhecimento vulgar é aquele que nos é passado através de experiências pessoais e/ou sem nenhum tipo de sistematização como o método científico.

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O conhecimento vulgar não é formal, ele é passado através de crenças e tradições populares e não envolve muito aprofundamento em seu desenvolvimento. Também não envolve alguma ideia crítica para aprofundar ou melhorá-lo, o conhecimento vulgar apenas é o que é “porque sim”.

Como se apresenta o conhecimento vulgar?

A própria terminologia da palavra “vulgar” significa algo popular, “do povo”, e pode ajudar a explicar o conceito: o conhecimento vulgar é todo aquele conhecimento popular, passado adiante sem estudo ou pesquisa que comprove a sua veracidade.

Esse tipo de conhecimento se apresenta através de crenças ou tradições populares, experiências práticas pessoais. Não é profundo e reflexivo, é, na verdade, superficial e acrítico, muitas vezes podendo ser exemplificado em situações em que o sujeito fala “Porque eu senti”; “Porque me disseram” e até mesmo “Porque todo mundo faz também”.

Apesar de não tão rigoroso como o conhecimento científico, o conhecimento vulgar traz uma vivência — muitas vezes de comunidades e culturas específicas — passada há gerações de forma oral ou prática e mantê-la viva se torna mais do que uma questão de adquirir conhecimento, se torna uma necessidade cultural.

Quais as características do conhecimento vulgar?

O conhecimento tido como vulgar não se aprofunda no objeto a ser conhecido em questão, não há uma pesquisa ou estudo que comprove a veracidade daquele conhecimento, ele apenas é uma verdade aceita e baseada na vivência de quem passou aquele conhecimento adiante.

A própria terminologia da palavra “vulgar” significa algo popular, “do povo”, e pode ajudar a explicar o conceito: o conhecimento vulgar é todo aquele conhecimento popular, passado adiante sem estudo ou pesquisa que comprove a veracidade daquele conhecimento.

Como o ato de conhecer leva ao produto do conhecimento?

Para termos conhecimento de algo é necessário que conheçamos esse objeto de estudo. O objeto de estudo pode ser algo, alguém ou até mesmo um fenômeno. Quando paramos para analisar o objeto de estudo nos tornamos familiares com os seus padrões e, portanto, passamos a conhecê-lo melhor. Ao conhecer melhor o objeto de estudo, nós podemos criar hipóteses sobre ele, explicá-lo para alguém que não o conhece e até mesmo estudar como esse objeto pode ser utilizado de maneira a favorecer a sociedade, produzindo outros objetos de estudo que também promovem o conhecimento.

Como explicar o que é senso comum?

O senso comum — ou como já vimos anteriormente: conhecimento vulgar — é aquele conhecimento que não apresenta embasamento científico para comprovar a sua veracidade. Ou seja, o senso comum, nada mais é do que aquela tradição passada por grupos sociais (como a sua família, ou a comunidade em que você está inserido) através de uma vivência ou uma experimentação pessoal.

Ele se traduz como as experiências que os nossos grupos sociais acumulam através dos tempos, da repetição cultural e pode envolver, às vezes, discursos preconceituosos como os homofóbicos, racistas e até mesmo xenofóbicos. 

O que torna possível o conhecimento?

O conhecimento é uma habilidade inata ao ser humano. Outros animais não são capazes de observar ou analisar um determinado objeto de estudo e a partir desse objeto chegar a conclusões lógicas e racionais através de estratégias sistemáticas.

O filósofo alemão Immanuel Kant afirma que o conhecimento só é possível porque nós somos seres possuidores de sensibilidade (a presença dos nossos sentidos, nos proporcionando o que conhecemos como “intuição”) e entendimento (nossa capacidade de pensar nos objetos de estudo em questão e formular conceitos através do que estudamos ou observamos).

Para tanto, Kant a nossa percepção do mundo através dos sentidos (cores, cheiros, texturas, etc.) envolvem a experiência, mas para a experiência ter sentido é necessário que todos esses fenômenos entrem no campo cognoscível. Por exemplo: se você não conhece uma cadeira, é necessário que a cadeira seja apresentada no “mundo real” para que você consiga elaborar um conceito do que é uma cadeira.

No entanto, Kant também acredita que espaço e tempo são subjetivos. O espaço é um sentido externo, enquanto tempo é um sentido interno. Voltando ao exemplo da cadeira: se você tira a cadeira e o ambiente se torna vazio novamente, mas você não pode retirar o espaço vazio e deixar a cadeira. Quanto ao tempo: só conseguimos estabelecer uma noção da nossa relação de tempo porque somos capazes de compreender o nosso “eu” como algo que apresenta passado e futuro.

Kant, então, realiza uma síntese entre o que é “racionalismo” e o que é “empirismo”. 

“Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas.”

Concluímos, então, que não é possível produzir conhecimento sem que haja a sensibilidade que nos confere o empirismo, assim como também não seria possível caso não fôssemos dotados da capacidade de conferir aos objetos e aos nossos sentidos conceitos que proporcionam sentido aos objetos ou fenômenos que desejamos conhecer. 

É necessário que a experiência empírica provoque a vontade de conhecer, e o conhecer se torne uma ferramenta de racionalização para produzir o conhecimento. 

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